3 provas de que o Brasil tem grandes promessas na música



Eu poderia começar esse artigo falando de vários artistas já conhecidos que estão estourando no meio musical? Sim. Jão, Alice Caymmi, Silva e vários merecem cada mérito que eles ganharam até hoje, porém, nem só de artista que já possuem nome vive o Seja Indie.

Muitos artistas hoje em dia lutam para terem suas músicas reconhecidas e apreciadas por um público maior do que já possuem, afinal, qual a graça de se fazer música para deixá-la engavetada. É por isso que hoje vamos mostrar três artistas que atualmente trabalham de forma independente e merecem seu reconhecimento.

SALLY IN THE MOON

O duo, formado por Isabella e Alfie, nasceu em 2014, sem nenhuma intenção aparente. Isabella já compunha músicas em sua casa, enquanto Alfie, trabalhava como produtor musical, produzindo arranjos e finalizando músicas. Desta forma, acabou sendo mais fácil e divertido o casal de namorados testarem suas habilidades musicais de forma descompromissada.

Tendo seu nome inspirado no filme de "O Estranho Mundo de Jack", Isabella diz que ambos pensam muito "no sentimento lunático e sonhador que a música causa, como uma garotinha que sonha tanto até se ver na lua".

Embalados por um ritmo leve, com acordes que trazem paz, Sally In The Moon traz uma discografia repleta de sensações diferentes e uma forte ludicidade em cada música que acompanham o vocal arrebatador de Isabella. Tanta qualidade imposta em músicas se dá pelos grandes nomes que dão inspiração ao duo, tais como Civil Wars, Aquilo, Mumford & Sons, Of Monsters and Men e outros, o que faz com que suas músicas tracem uma linha tênue entre a música alternativa e o folk.

Seu álbum de estréia, Conto em Nós, lançado em 2017, é a maior demonstração de que qualidade está nas coisas simples, e Sally In The Moon faz questão de marcar isso em seus arranjos e melodias, que não se tornam cansativas com o passar do tempo, sendo completamente o oposto, fazendo com que quem ouve suas músicas, sempre esteja interessado em ouvir mais e mais, além de não perder em nada pra artistas de fora.


Ouça Pra Voar:


WESOUT

Antes de qualquer coisa: Grimes foi a grande responsável por isso. Pelo menos é isto que Roberto deixa transparecer. O nome por trás de "wesout" começou a fazer música em meados de 2015, após ficar fascinado com o fato de que Grimes produz suas próprias músicas sozinha. A partir desse momento, Roberto começou a fazer remixs que, segundo o próprio, "não eram tão bons e geralmente eram barrados no YouTube por causa dos direitos autorais". Por conta disto, ele pensou em produzir suas próprias músicas, lançando sua primeira no início de 2017.

Caso se perguntem, o nome wesout tem sim uma explicação, e tem base na junção de dois pontos cardeais (West e South), nascendo assim o nome artístico de Roberto. Em 2014, wesout chegou a criar uma página no Facebook para um projeto visual do seu trabalho, porém o projeto encalhou pela falta de uma coisa principal: a música.

Para wesout, a parte visual do seu trabalho é tão importante quanto somente sua música. Trazendo consigo uma estética para cada um de seus lançamentos,  ele diz que "se vê incompleto fazendo apenas música ou apenas visual".

Trazendo um "beat" profundo, sombrio e por muitas vezes envolvente ao extremo, wesout recentemente liberou um visual para seu recente EP, "NIGHTDREAM", veja:


WALE

Walison traz consigo uma grande bagagem na música. Por volta de 2015 foi quando começou a se interessar por música eletrônica, baixando programas de mixagem e dando início a montagem e produção de suas próprias músicas. Com o passar do tempo, surgiu uma grande vontade de cantar, foi quando, deixando o lado eletrônico de lado, Walison deu seu primeiro passo e aprendeu a tocar instrumentos que comprava com seu próprio salário, começando pelo violino, passando pelo violão, baixo, guitarra e afins.

Com o passar do tempo, seu próprio home studio estava montado no quarto. Tirando um pouco do seu tempo a cada dia, Walison gravava uma ou outra coisa, ainda sem uma personalidade própria a seguir ou sequer com "Wale" na cabeça. Mas foi quando o baixista da banda Cinturão de Fótons chamou Walison para participar de alguns ensaios da banda, que sua carreira como artista deu passos mais largos.

Apelidado de Wale por seus amigos, e com influências de Tame Impala, Pond, Gum, Washed Out, Boogarins e outros artistas, Walison, já Wale, começou a demonstrar um maior interesse em fazer música. Foi quando, em 2017, Wale compôs, gravou, mixou e masterizou seu primeiro álbum de maneira independente, no qual dividiu em duas partes: "Marcapasso Orgânico" e "Os Paradigmas da Vida".

Segundo Wale, sua ideia é "poder passar a mensagem de que não se precisa de muito para realizar sonhos como, por exemplo, fazer suas próprias músicas. Não é preciso empresários ou grandes produtoras, e sim de confiança em nós mesmos".

Fixado em algo que vai do Dreampop até o Psychodelic Rock, Wale traz consigo uma grande inspiração de artistas que ele mesmo acompanhava, e que o fizeram ser o artista que atualmente é, e torna isso visível em sua arte.

Veja "Marcapasso Orgânico":


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É provável que você ainda esteja se perguntando o que cada um destes artistas tem em comum, e o que os fez merecer este destaque. A resposta é simples: Eles demonstraram que ainda há muita gente fazendo muita música boa no Brasil.

Há uma grande exaltação do que vem de fora no meio alternativo, e isso é inegável, porém, se olharmos pra dentro de nosso país, podemos ver artistas de qualidade, que correm atrás do seu sonho de viver de música e que o fazem de modo independente.
3 provas de que o Brasil tem grandes promessas na música 3 provas de que o Brasil tem grandes promessas na música Reviewed by Unknown on janeiro 20, 2018 Rating: 5

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